Você tem uma aura? Descubra o que é, a sua cor e como enxergá-la

Você já se sentiu estranho ao estar perto de alguém, como se a simples presença da pessoa influenciasse seu humor, para o bem ou para o mal? Essa sensação, que pode parecer sutil, é frequentemente associada ao que muitas tradições espirituais chamam de “aura”: um campo energético invisível que envolveria todo ser vivo. A aura é, para os que acreditam, uma espécie de reflexo do nosso estado emocional, mental e até espiritual. E embora essa ideia esteja longe de ser unânime ou científica, ela tem ganhado atenção tanto no meio esotérico quanto entre pessoas curiosas por autoconhecimento.

O que é aura?

A palavra “aura” vem do latim e significa “brisa” ou “sopro”. Para diferentes linhas de pensamento espiritual e esotérico, a aura seria um campo vibracional que envolve o corpo e capta o que sentimos, pensamos e vivemos. Em outras palavras, é como se o nosso corpo emanasse uma energia que pode ser percebida, por vezes, até visualmente, por pessoas mais sensíveis ou treinadas para isso.

Esse conceito aparece em tradições orientais como o hinduísmo e o budismo, onde a energia vital (chamada de prana ou chi) circula por canais no corpo. A aura, nesse contexto, seria o campo que reflete o equilíbrio ou desequilíbrio dessas energias. No espiritismo kardecista e em correntes da teosofia, a aura também é mencionada como uma expressão energética da alma e de seus estados morais e emocionais.

A aura é visível?

Na maior parte do tempo, não. Mas há relatos de pessoas que afirmam ver cores ao redor de outras pessoas, especialmente em momentos de meditação, oração ou relaxamento profundo. Essa habilidade, chamada de clarividência energética, é considerada rara, mas treinável.

Segundo Katrina Devilla, consultora esotérica da plataforma iQuilibrio, qualquer pessoa pode desenvolver a capacidade de enxergar a própria aura com dedicação. Um dos métodos sugeridos por ela envolve olhar fixamente para os dedos indicadores pressionados um contra o outro, sobre um fundo branco. Ao afastá-los lentamente, seria possível notar uma espécie de brilho tênue entre eles. Outro exercício envolve encarar o próprio reflexo no espelho, principalmente após um momento de relaxamento. Nessas condições, algumas pessoas relatam ver um halo de luz sutil ao redor da cabeça.

Embora não existam comprovações científicas que validem a existência da aura como um campo visível, algumas áreas da ciência tentam estudar fenômenos energéticos do corpo humano. Um exemplo é a fotografia Kirlian, técnica desenvolvida nos anos 1930 por Semyon Kirlian, que supostamente capta campos eletromagnéticos emitidos por objetos vivos. Contudo, especialistas apontam que essas imagens refletem reações elétricas com a umidade do corpo, não uma “energia espiritual”.

O que dizem as cores da aura?

Entenda o que significa cada cor de aura.

Para os que acreditam na aura, cada cor refletiria um estado ou traço da personalidade da pessoa. Veja abaixo alguns dos significados mais comuns atribuídos às cores:

Branco: raro, associado ao equilíbrio e à espiritualidade elevada. Pessoas com essa cor seriam mais sensíveis às energias do ambiente.
Vermelho: energia intensa, criatividade, paixão e ação. Pode indicar uma fase de transformações ou fortes impulsos.
Laranja: alegria, movimento e vitalidade. Também pode sinalizar impulsividade e necessidade de foco.
Amarelo: otimismo, intelecto ativo e entusiasmo. Costuma aparecer em pessoas comunicativas e extrovertidas.
Verde: ligado à natureza, à cura e ao crescimento. Pode também indicar ciúmes ou desejo de estabilidade emocional.
Azul: profundidade emocional e introspecção. Relaciona-se com sabedoria e paz interior.
Rosa: amor, compaixão e generosidade. Representa uma alma sensível e propensa a se doar.
Preto: não necessariamente negativo, mas aponta bloqueios ou necessidade de cura emocional.
Cinza e marrom: sinais de estagnação, cansaço ou pessimismo. Indicariam a necessidade de renovação energética.

Vale lembrar que essas interpretações variam conforme a linha espiritual ou o profissional consultado. Elas não substituem diagnósticos médicos nem análises psicológicas.

Como identificar sua própria aura?

Não é necessário ser vidente ou médium para tentar perceber sua energia. O primeiro passo, segundo os especialistas esotéricos, é a atenção ao próprio corpo e emoções. Práticas como meditação, respiração consciente e banhos energéticos (como os com sal grosso ou ervas) ajudam a “limpar” o campo energético, tornando-o mais perceptível.

Outras ferramentas populares são os cristais, a cromoterapia e até o uso de aplicativos que prometem fotografar a aura, embora, nesse caso, a confiabilidade ainda seja bastante questionada. O importante, segundo defensores dessas práticas, é desenvolver a percepção pessoal. Isso envolve prestar atenção em como você se sente em diferentes ambientes, como reage a certas pessoas e o que sua intuição está dizendo.

A aura como reflexo de bem-estar

Mesmo sem validação científica, a ideia da aura pode funcionar como uma metáfora útil. Ela incentiva a autoconsciência, o cuidado com as emoções e a busca por equilíbrio. Isso dialoga com temas como saúde mental, relações humanas e espiritualidade, assuntos que estão diretamente ligados ao propósito do site Mundo Igual, que trata de comportamento, cultura e bem-estar.

Ao pensar em sua “aura”, o leitor está, na prática, refletindo sobre seus sentimentos, atitudes e a forma como se relaciona com o mundo. Em tempos de sobrecarga emocional e conexões superficiais, esse tipo de reflexão pode fazer diferença.

Fontes confiáveis
Além do conteúdo do jornal O Globo, outras fontes que discutem a aura de forma mais técnica ou simbólica incluem a Enciclopédia Britannica, que cita brevemente o conceito em tradições religiosas, e a Harvard Medical School, que publica estudos sobre os impactos da meditação e do autocuidado no bem-estar, embora não trate especificamente da aura. A prática da meditação mindfulness, por exemplo, é reconhecida cientificamente por seus benefícios à saúde emocional — o que, para alguns, pode ser interpretado como um fortalecimento da “energia pessoal”.

Embora ainda envolta em mistério, a aura, como ideia simbólica ou espiritual, continua despertando interesse. Seja como prática pessoal de autoconhecimento ou expressão cultural, ela oferece uma lente a mais para olhar para si mesmo, e para os outros.

Cássia

Desde pequena, sempre fui movida por duas paixões: as palavras e o desejo de conhecer o mundo. Me formei em Letras porque escrever sempre foi minha forma favorita de me expressar. Hoje, no Mundo Igual, tenho a sorte de unir isso ao que mais amo: contar histórias sobre viagens, culturas, notícias, dicas e experiências que nos transformam. Gosto do que é simples e verdadeiro. Prefiro uma caminhada no meio do mato a horas em frente à tela. A natureza me acalma, me inspira, e é dela que muitas das minhas ideias nascem. Não sou muito fã de tecnologia, mas acredito que, quando bem usada, ela pode aproximar pessoas e abrir caminhos. Escrevo como quem conversa. Compartilho lugares, curiosidades e tradições com o coração aberto, sempre tentando mostrar que o mundo é feito de encontros, diferenças e aprendizados. E se, de alguma forma, meus textos tocarem alguém ou despertarem a vontade de explorar algo novo, então já valeu a pena.