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Uniformes, superstições e glórias, tudo sobre a Inter, a cobra que conquistou a Europa

Por ocasião da final da Champions League, muitos gostariam de saber tudo sobre os dois finalistas, desde os uniformes que usarão até como os clubes foram fundados.

O Paris Saint-Germain (Paris Saint-Germain FC) foi fundado em 12 de agosto de 1970, após uma iniciativa de torcedores e empresários que desejavam criar um grande time de futebol sediado na capital da França. No entanto, a história da Inter contém mais intriga e drama.

Como e por que foi fundada a equipe italiana?

Tudo começou no restaurante L’Orologiaio, em Milão, quando membros insatisfeitos da diretoria do Milan, liderados pelo empresário greco-veneziano Giovanni Paramithiotti, decidiram criar um time que teria os melhores jogadores do mundo, ao qual deram o nome de Internazionale, ou seja, “Internacional”.

Imediatamente após a criação da Inter, os dirigentes da equipe encarregaram o pintor Giorgio Muggiani de desenhar o novo emblema do clube. Ele decidiu usar as iniciais da equipe, “FCIM”, dentro de um círculo concêntrico.

Os fundadores da Inter ficaram entusiasmados e começaram logo a busca pelo novo uniforme. Rapidamente decidiram pelas cores preta, representando a noite, e azul, simbolizando o céu. O apelido “nerazzurri”, ou seja, os “azul e negros”, surgiu logo e permanece até hoje como apelido dos milaneses.

Na Itália, os times costumam ser associados a animais, e assim a Inter foi associada à cobra, símbolo de Milão e da casa de Sforza, a família mais poderosa da Lombardia, que governou Milão por muitos anos.

Os primeiros anos da Inter

Técnico e capitão do primeiro time dos “nerazzurri” foi Virgilio Fossati, que faleceu durante a Primeira Guerra Mundial. Em 1928, o movimento fascista da Itália não via com bons olhos a ideologia da Inter, e o clube foi forçado a se fundir com a Milanese Unione Sportiva, passando a se chamar Ambrosiana SS Milano.

Naquela época, o time também foi obrigado a mudar as cores do uniforme: deixou de ser preto e azul e passou a ser branco com uma grande cruz vermelha no centro. No entanto, na consciência popular e nos corações dos torcedores, o time era sempre chamado de “Inter”, o que levou o presidente do clube a mudar o nome para AS Ambrosiana-Inter.

A Inter ganhou grande popularidade na Itália, tendo conquistado quatro campeonatos até 1938. A conquista da primeira Copa foi comemorada intensamente pelos torcedores. O capitão da equipe era o lendário Giuseppe Meazza, cujo nome foi dado ao estádio onde hoje joga a Inter, localizado no bairro de San Siro.

No ano seguinte, em 1940, conquistou mais um campeonato, e após o fim da Segunda Guerra Mundial, já era muito querida e voltou a usar o nome original: Internazionale Milano, que mantém até hoje. A cruz vermelha ainda aparece nas camisas da equipe.

A década de ouro dos anos 60…

A Inter iniciou a década de 1960 com força total. Com o pai do “catenaccio” no comando, Helenio Herrera, vindo da Argentina, chegou à sua primeira Taça dos Campeões da Europa contra o Real Madrid, gerando grande entusiasmo entre os torcedores. No ano seguinte, os milaneses conquistaram novamente o cobiçado troféu, vencendo o poderoso Benfica de Eusébio.

O presidente da ‘era dourada’ foi Angelo Moratti, pai de Massimo Moratti, que anos depois também presidiu a Inter.

Paralelamente, a Inter conquistou 3 campeonatos italianos na década de 1960 e dois títulos intercontinentais, além de ter chegado à final da Taça dos Campeões de 1967, onde foi derrotada pelo Celtic.

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A continuação e os anos difíceis…

Os anos seguintes continuaram com conquistas para a Inter, já que em 1971 o clube voltou a conquistar o campeonato, e no ano seguinte chegou a mais uma final da Copa dos Campeões, mas “teve o azar” de enfrentar o Ajax de Johan Cruyff.

Paralelamente, a Inter conquistou duas Copas e o campeonato de 1980, enquanto o último campeonato antes dos “anos de seca” dos “nerazzurri” veio em 1989…

A Juventus e o Milan monopolizavam os títulos nacionais, enquanto a trajetória da Inter começou a declinar, a ponto de os “nerazzurri” lutarem até mesmo contra o rebaixamento!

Um alívio para os torcedores foi a conquista de três Copas da UEFA durante a década, mas a Inter não estava acostumada a “passar fome” de títulos…

Massimo Moratti assumiu o comando da Inter em 1995 com o objetivo de levar novamente o clube ao topo da Europa. Contratações milionárias não conseguiram colocar a Inter de volta ao protagonismo, com destaque para a chegada de Ronaldo, o Fenômeno, vindo do Barcelona em 1997, na época a transferência mais cara do mundo.

Na verdade, os torcedores iniciaram uma campanha para que Moratti deixasse o clube, e em 1999 ele contratou o “Rei Midas” do futebol italiano, Marcello Lippi, para levar o time ao sucesso, mas novamente sem resultados concretos.

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O escândalo Calciopoli e José Mourinho

Em 2006 estourou o escândalo Calciopoli, envolvendo os campeões habituais Milan e Juventus, que foram acusados de manipular partidas e influenciar árbitros.

O julgamento ocorreu em meio à fúria dos torcedores da Inter, que havia sido muitas vezes vítima de erros de arbitragem nos anos anteriores, perdendo até mesmo campeonatos. A Juventus foi considerada culpada, assim como o Milan, e o título foi entregue aos “nerazzurri”. Foi o primeiro desde 1989.

Massimo Moratti aproveitou ao máximo as punições impostas aos rivais e tornou o campeonato uma questão de domínio da Inter por quatro anos consecutivos. No entanto, ainda faltava a Champions League.

José Mourinho chegou a Milão em 2008 com um único objetivo: conquistar o “Santo Graal” do futebol, algo que já havia feito com o Porto.

Moratti entregou carta branca a Mourinho, e o “Special One” conseguiu em 2010 realizar o que parecia impossível.

Eliminando o Barcelona, talvez o melhor time que o mundo já viu, com um futebol extremamente inteligente e eficaz, levou a Inter à final da Champions League contra o Bayern de Munique, pela primeira vez desde 1965.

Paralelamente, a Inter conquistou também o campeonato italiano e a Copa da Itália, alcançando a tríplice coroa (o “treble”). No entanto, a saída de Mourinho rumo ao Real Madrid (já que o português tinha como meta conquistar três Champions League com três clubes diferentes) marcou uma nova virada para a Inter, que ficou evidente até poucos anos atrás.

Contudo, desde 2021, voltou a protagonizar tanto no futebol italiano quanto europeu. Foi marcante o fato de que conquistou a Copa da Itália e a Supercopa da Itália em 2022 e 2023. Além disso, chegou à final da Champions League de 2023, onde foi derrotada por 1 a 0 pelo Manchester City.

Mesmo assim, depois de reviravoltas dramáticas, como a vitória na semifinal contra o Barcelona do superastro Lamine Yamal, conseguiu chegar novamente à final em 2025.

Será que dessa vez ela conseguirá vencer?

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O histórico de títulos da Inter

Títulos nacionais (37)

Série A (Campeonato Italiano): 20 títulos

1909–10, 1919–20, 1929–30, 1937–38, 1939–40, 1952–53, 1953–54, 1962–63, 1964–65, 1965–66, 1970–71, 1979–80, 1988–89, 2005–06, 2006–07, 2007–08, 2008–09, 2009–10, 2020–21, 2023–24

Copa da Itália (Coppa Italia): 9 títulos

1938–39, 1977–78, 1981–82, 2004–05, 2005–06, 2009–10, 2010–11, 2021–22, 2022–23

Supercopa da Itália (Supercoppa Italiana): 8 títulos

1989, 2005, 2006, 2008, 2010, 2021, 2022, 2023

Títulos internacionais (11)

Champions League / Copa dos Campeões da Europa: 3 títulos

1963–64, 1964–65, 2009–10

UEFA Europa League / Copa da UEFA: 3 títulos

1990–91, 1993–94, 1997–98

Copa Intercontinental: 2 títulos

1964, 1965

Copa do Mundo de Clubes da FIFA: 1 título

2010

Cássia

Desde pequena, sempre fui movida por duas paixões: as palavras e o desejo de conhecer o mundo. Me formei em Letras porque escrever sempre foi minha forma favorita de me expressar. Hoje, no Mundo Igual, tenho a sorte de unir isso ao que mais amo: contar histórias sobre viagens, culturas, notícias, dicas e experiências que nos transformam. Gosto do que é simples e verdadeiro. Prefiro uma caminhada no meio do mato a horas em frente à tela. A natureza me acalma, me inspira, e é dela que muitas das minhas ideias nascem. Não sou muito fã de tecnologia, mas acredito que, quando bem usada, ela pode aproximar pessoas e abrir caminhos. Escrevo como quem conversa. Compartilho lugares, curiosidades e tradições com o coração aberto, sempre tentando mostrar que o mundo é feito de encontros, diferenças e aprendizados. E se, de alguma forma, meus textos tocarem alguém ou despertarem a vontade de explorar algo novo, então já valeu a pena.

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