À medida que o mundo busca maneiras de reduzir as incontroláveis montanhas de lixo, a Suécia, um país que envia menos de 1% de seus resíduos para aterros sanitários, oferece uma solução alternativa.
A Suécia está tão avançada na gestão de resíduos, como veremos a seguir, que se vê na necessidade de importar mais de 1 milhão de toneladas de lixo de outros países.
Você deve estar se perguntando o que ela faz com todo esse lixo…
Por mais impossível que pareça, a Suécia o utiliza para a produção de energia sustentável que abastece residências e edifícios. Isso resulta em menos de 1% do lixo sendo destinado a aterros sanitários.
Quase todos os resíduos não recicláveis do país são incinerados para a geração de eletricidade e aquecimento. É um método que, embora emita CO₂, é considerado muito mais benéfico para o clima do que o envio de lixo a aterros, de acordo com o governo sueco e os defensores da tecnologia de conversão de resíduos em energia.
E para compreender ainda melhor esse sucesso, vamos falar em números: das 4,4 milhões de toneladas de resíduos domésticos produzidos anualmente na Suécia, 2,2 milhões são transformadas em energia por meio desse processo.
Ao mesmo tempo, o país importa 800 mil toneladas de lixo por ano da Noruega e de outros países vizinhos, os quais também são incinerados nas 32 unidades especiais que a Suécia possui para o processo de conversão de resíduos em energia.
Como funciona esse processo?
O lixo classificado para aproveitamento nesse processo é incinerado para gerar vapor, que é então utilizado para movimentar turbinas e produzir eletricidade.
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Um sistema que depende da responsabilidade dos cidadãos
Esse sistema depende, em grande parte, da responsabilidade dos habitantes do país em gerenciar e classificar corretamente os resíduos domésticos, prática que se tornou algo comum nos últimos anos.
Os cidadãos separam seus resíduos para que sejam enviados às instalações adequadas de reciclagem ou produção de energia, o que levou ao impressionante índice de reciclagem em nível nacional.
Se o país escandinavo mantiver essa tendência, talvez consiga alcançar a meta de zero resíduos até 2020.
Os impactos no meio ambiente
Segundo a Associação Internacional de Resíduos Sólidos (ISWA), 40% do lixo global acaba em lixões abertos e não controlados. Até 38 dos 50 maiores lixões do mundo correm o risco de contaminar o mar e as áreas costeiras, enquanto 64 milhões de pessoas são diretamente afetadas, muitas vezes enfrentando sérios problemas de saúde.
O que mais preocupa os especialistas, no entanto, é o fato de que o lixo em decomposição nos lixões libera metano, um gás que altera o clima da atmosfera. “No ritmo atual, pelo menos 10% das emissões globais de gases de efeito estufa virão dos lixões do mundo até 2025”, afirma a ISWA.