No campo dos relacionamentos, uma das perguntas mais comuns é: quantas pessoas alguém precisa conhecer antes de encontrar o verdadeiro amor? Embora pareça algo emocional e até imprevisível, essa questão já foi analisada com base em teorias matemáticas. Um desses estudos propõe um modelo que tenta otimizar a chance de fazer a melhor escolha possível e ele pode ser mais útil do que parece à primeira vista.
A teoria por trás dessa ideia se baseia em um conceito conhecido como problema da secretária. Criado por matemáticos no século XX, esse problema foi originalmente desenvolvido para ajudar empresas a encontrar o melhor candidato para uma vaga, após entrevistar uma série de pessoas. Mas, com o tempo, essa mesma lógica foi aplicada a outros contextos, inclusive à busca pelo parceiro ideal.
De acordo com esse modelo matemático, a melhor estratégia seria rejeitar os primeiros 37% das pessoas que você conhece romanticamente, sem escolher nenhuma delas, e só então se permitir fazer uma escolha definitiva. A partir daí, a recomendação é se comprometer com a primeira pessoa que se mostrar melhor do que todas as anteriores.
Em termos práticos, imagine que você espera ter contato com cerca de 20 possíveis parceiros ao longo da vida. Aplicando a regra, os primeiros 7 seriam apenas parte do seu “período de observação”. Depois disso, você começaria a considerar seriamente os próximos candidatos e escolheria o primeiro que superasse o desempenho dos anteriores.
Esse número, os 37%, surge como um ponto de equilíbrio entre a pressa em decidir e a hesitação excessiva. É uma forma de tentar evitar dois erros comuns: se comprometer cedo demais e deixar passar opções melhores, ou esperar demais e perder oportunidades já boas o bastante.
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Claro, a vida real é mais complexa do que um modelo matemático. Nem todos conhecem a mesma quantidade de pessoas, e os relacionamentos não acontecem de forma ordenada e previsível. Ainda assim, essa teoria fornece uma estrutura interessante para refletir sobre o processo de escolha amorosa.
Um estudo publicado na revista científica Mathematics revisitou o problema da secretária levando em consideração que, no mundo real, as pessoas nem sempre conseguem avaliar corretamente seus parceiros. O julgamento pode ser influenciado por emoções, expectativas sociais, experiências passadas ou até fatores externos, como estabilidade financeira ou pressão familiar.
Nesses casos, a própria regra dos 37% precisa ser ajustada. Quando há muita incerteza ou o risco de avaliação incorreta é alto, o estudo sugere que vale a pena observar por mais tempo antes de tomar uma decisão, mesmo que isso signifique ultrapassar a fase teórica ideal.
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Embora a ideia de aplicar um modelo matemático ao amor pareça curiosa, é importante lembrar que sentimentos não seguem fórmulas. A teoria serve mais como uma ferramenta de apoio do que como um guia absoluto.
No caso dos relacionamentos, variáveis como empatia, afinidade, valores compartilhados, timing e até circunstâncias de vida podem ter mais peso do que qualquer equação. Há também quem reencontre pessoas do passado, estabeleça laços inesperados ou mude de ideia com o tempo. A teoria ignora, por exemplo, a possibilidade de reconciliação com alguém anteriormente descartado — algo que acontece com frequência na vida real.
Além disso, a abordagem matemática considera que você sabe quantas pessoas conhecerá no total, o que nem sempre é possível prever. E mais: nem todo relacionamento tem como objetivo o “amor da vida”. Muitas conexões são importantes por si só, mesmo que não levem a um compromisso definitivo.
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Do ponto de vista do comportamento, a teoria da escolha ótima ajuda a entender como as pessoas lidam com decisões difíceis. Pesquisadores em psicologia e economia comportamental já demonstraram que os seres humanos tendem a agir com base em emoções, atalhos mentais e padrões repetitivos. Em muitos casos, esses padrões nos levam a escolher parceiros parecidos com os anteriores, mesmo quando buscamos mudanças.
Outro ponto relevante é a ansiedade gerada pela liberdade de escolha. Em um mundo com aplicativos de relacionamento e uma oferta aparentemente infinita de possibilidades, muitas pessoas sentem dificuldade para se comprometer. O medo de fazer uma escolha “menos ideal” pode levar à paralisia, impedindo decisões consistentes.
Encontrar o amor envolve muito mais do que números. A regra dos 37% e o problema da secretária são formas interessantes de refletir sobre os mecanismos de decisão, mas não substituem a vivência, a empatia e a maturidade emocional.
Se existe uma lição prática nesse modelo, talvez seja esta: é preciso viver experiências, aprender com cada relacionamento e saber o momento certo de parar de procurar. O grande amor não depende de cálculos perfeitos, mas de disposição para escolher alguém de forma consciente e aceitar que toda escolha envolve riscos.
No fim das contas, o número de pessoas que você vai conhecer antes de encontrar o amor varia de pessoa para pessoa. A única certeza é que cada encontro ajuda a moldar melhor quem você é e o que procura. E é aí que a matemática encontra seu limite, mas a vida continua a surpreender.
Para quem acompanha o Mundo Igual, esse tema reforça uma das nossas propostas: entender o comportamento humano a partir de dados, curiosidades e ciência, mas com os pés no cotidiano.
A busca pelo amor não é só pessoal, é também cultural, social e, por vezes, até matemática. Quer mais conteúdos como esse? Nos siga para ficar ligado!
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