Já parou para olhar aquelas fotos antigas da sua família? Se sim, deve ter notado uma coisa: ninguém sorria. As pessoas nas fotos antigas quase sempre aparecem com expressões sérias, quase como se estivessem posando para um retrato oficial. Hoje em dia, com selfies e fotos descontraídas, isso parece estranho, né? Mas por que será que as pessoas não sorriam nas fotos antigas? E o que mudou ao longo do tempo para que hoje a gente faça tantas fotos sorrindo?
Vamos começar falando sobre a tecnologia da época. As câmeras antigas eram bem diferentes das que temos hoje. Elas tinham tempos de exposição muito mais longos, o que significa que a pessoa precisava ficar parada por vários segundos — ou até minutos — para que a foto saísse nítida. Imagina tentar segurar um sorriso por tanto tempo! Não era nada fácil.
A evolução das câmeras
No início da fotografia, lá por volta de 1826, o inventor francês Nicéphore Niépce precisou de oito horas para capturar a primeira fotografia da história, a famosa “Vista da Janela em Le Gras”. Oito horas! Nem dá para imaginar alguém sorrindo por tanto tempo, né?
Mais tarde, em 1839, Louis Daguerre criou o daguerreótipo, que reduziu o tempo de exposição para “apenas” 20 minutos. Mesmo assim, as pessoas ainda precisavam ficar completamente imóveis. Algumas até amarravam as crianças para evitar que se mexessem. Hoje isso parece absurdo, mas na época era a única forma de garantir uma foto clara.
Com o tempo, a tecnologia evoluiu. Já na década de 1840, o tempo de exposição caiu para 20 segundos. Ainda era um desafio, mas bem mais fácil do que antes. Mesmo assim, as pessoas continuavam sem sorrir. Por quê?
A cultura da época

Outro fator importante era a mentalidade da época. As fotos antigas eram consideradas algo muito formal e sério. Elas eram tiradas em ocasiões especiais, como casamentos, formaturas ou aniversários, e as pessoas queriam passar uma imagem de respeito e dignidade. Sorrir em uma foto era visto como algo inadequado, quase como se a pessoa não levasse a situação a sério.
Além disso, como a fotografia era uma novidade, as pessoas não estavam acostumadas a posar para câmeras. Elas seguiam o exemplo dos retratos pintados, onde as expressões sérias eram a norma. Sorrir simplesmente não fazia parte da “etiqueta” das fotos.
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A revolução Kodak
Tudo começou a mudar no final do século XIX, quando a fotografia se tornou mais acessível. Em 1888, George Eastman, fundador da Kodak, lançou uma câmera que qualquer pessoa podia usar. Ele até incluía um manual de instruções para ajudar os amadores a tirar boas fotos.
Mas o grande salto veio em 1900, quando a Kodak lançou a câmera Brownie. Ela custava apenas 1 dólar e foi um sucesso instantâneo. De repente, tirar fotos deixou de ser algo exclusivo para profissionais e virou uma atividade comum.
Com isso, as pessoas começaram a se soltar mais. Na década de 1920, as fotos já mostravam expressões mais relaxadas, incluindo sorrisos. A fotografia colorida, que surgiu mais tarde, também ajudou a trazer mais vida e alegria às imagens.
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A era das selfies
Hoje, com câmeras digitais e smartphones, tirar fotos é algo super casual. A gente tira selfies, faz poses engraçadas e sorri o tempo todo. A tecnologia evoluiu tanto que não precisamos mais ficar parados por segundos. Basta um clique, e a foto está pronta.
Além disso, a cultura mudou. Sorrir em fotos virou sinônimo de felicidade e descontração. As redes sociais também influenciaram muito isso. Afinal, quem não gosta de postar uma foto sorrindo para mostrar que está se divertindo?
E aí, já parou para pensar como as suas fotos vão ser vistas daqui a 100 anos? Será que vão achar estranho a gente sorrir tanto? Ou será que vão rir das nossas poses? Uma coisa é certa: a fotografia sempre vai contar histórias, e cada época tem o seu jeito de registrar memórias.