O que aconteceria se você pudesse atravessar a Terra até o outro lado?

O universo é um mistério e o nosso planeta Terra não fica atrás. Agora, pense um pouquinho: você já se perguntou o que aconteceria se fosse possível perfurar a Terra até o outro lado? Essa ideia desperta curiosidade e imaginação, mas também envolve desafios e consequências surpreendentes. Por isso, aqui vamos entender um pouco mais essa hipótese e os impactos dessa tarefa quase impossível.

É possível perfurar a Terra até o outro lado?

Antes de analisarmos as possíveis implicações dessa aventura hipotética, é essencial compreender que perfurar a Terra até o outro lado é, com a tecnologia atual, inviável. A crosta terrestre é extremamente espessa e composta por rochas sólidas e magma fundido, tornando qualquer tentativa de atravessá-la completamente um desafio impossível. O projeto mais profundo já realizado foi o Poço Superprofundo de Kola, na Rússia, que atingiu apenas 12,2 quilômetros — uma fração insignificante dos cerca de 12.742 quilômetros do diâmetro terrestre.

No entanto, suponhamos que, de alguma forma, essa façanha se tornasse possível. O que aconteceria?

Leia mais: Quanto dinheiro é arrecadado na Fontana di Trevi? Veja o valor astronômico

Os desafios de perfurar a Terra

Antes de mais nada, é importante entender que alguns detalhes tornam essa tarefa de perfurar a terra praticamente impossível.

1. Aumento extremo da temperatura

Conforme a perfuração avançasse em direção ao centro da Terra, a temperatura subiria drasticamente. Em média, a cada quilômetro de profundidade, a temperatura aumenta cerca de 25°C. No núcleo da Terra, as temperaturas podem ultrapassar 5.000°C, comparáveis às da superfície do Sol. Isso derreteria qualquer equipamento conhecido.

2. Pressão esmagadora

A pressão também aumentaria conforme a profundidade cresce. No centro da Terra, ela é estimada em cerca de 3,6 milhões de vezes a pressão atmosférica ao nível do mar, o que tornaria qualquer material humano conhecido incapaz de suportar tamanha força.

3. Gases tóxicos e falta de oxigênio

No interior da Terra, não há oxigênio para respirar, e gases perigosos, como dióxido de enxofre e metano, poderiam ser liberados, representando um risco letal para qualquer explorador hipotético.

4. Gravidade e forças sísmicas

No centro da Terra, a gravidade seria praticamente nula, pois a atração das massas ao redor anularia a força gravitacional. Além disso, a perfuração causaria desequilíbrios sísmicos, podendo provocar terremotos e erupções vulcânicas devastadoras.

Leia mais: Como descobriram o tamanho da Terra? A ciência revela

O que aconteceria se conseguíssemos atravessar o planeta Terra?

Se fosse possível perfurar a Terra de um lado ao outro, essa seria, sem dúvidas, uma das maiores façanhas da história da humanidade. Mas o que realmente aconteceria se tentássemos atravessar o planeta dessa forma? A resposta envolve uma combinação de temperaturas extremas, forças gravitacionais curiosas e consequências catastróficas para o planeta.

Para começar, o simples ato de criar esse túnel já seria um desafio quase impossível, como você já deve ter percebido. Mas vamos supor que, de alguma forma, conseguíssemos criar esse túnel. O que aconteceria se alguém pulasse dentro dele?

No momento da queda, a pessoa seria puxada pela gravidade e começaria a acelerar rapidamente. No vácuo, sem resistência do ar, essa aceleração continuaria até atingir velocidades superiores a 28.000 km/h – mais rápido do que muitos foguetes espaciais! Porém, ao chegar ao centro da Terra, algo curioso aconteceria: a força gravitacional seria anulada, já que a massa do planeta estaria distribuída igualmente ao redor. Isso significa que, por um breve momento, a pessoa ficaria flutuando no meio do túnel, sem ser puxada para cima nem para baixo.

Mas, não é só isso! A velocidade acumulada durante a queda faria com que continuasse se movendo para o outro lado do planeta. No entanto, ao subir novamente em direção à superfície, a gravidade começaria a puxá-la para trás, desacelerando o movimento gradualmente.

Se não houvesse atrito no túnel, esse ciclo se repetiria infinitamente, transformando a viagem em um gigantesco vai e vem gravitacional. Entretanto, na realidade, a resistência do ar e o calor intenso fariam com que a pessoa perdesse velocidade ao longo do trajeto, até que, eventualmente, parasse no meio do caminho, flutuando para sempre no centro da Terra.

Agora, se considerarmos as consequências globais desse experimento, as coisas ficam ainda mais assustadoras. Um buraco dessa magnitude poderia liberar quantidades inimagináveis de magma e gases subterrâneos, desencadeando terremotos e erupções vulcânicas ao redor do mundo.

Além disso, a estrutura da crosta terrestre ficaria extremamente fragilizada, aumentando o risco de desmoronamentos e mudanças drásticas na superfície do planeta. Sem falar no impacto climático: liberar calor e gases subterrâneos na atmosfera poderia afetar as correntes de ar e os oceanos, gerando efeitos devastadores no clima global.

No fim das contas, é até melhor que não seja possível perfurar a Terra até o outro lado. Atravessar o planeta pode parecer uma ideia curiosa e que parece interessante, mas as consequências seriam tão perigosas que nem vale a pena tentar.