Frida Kahlo: por que ela virou um símbolo para todas as mulheres?

Frida Kahlo: por que ela virou um símbolo para todas as mulheres?
Frida Kahlo: por que ela é um ícone para todas as mulheres? Foto: Flickr.

Aproveitando o Dia Internacional da Mulher, hoje viemos aqui apresentar uma das personalidades femininas mais importantes do século 20. Estamos falando da mundialmente famosa Frida Kahlo, que nas décadas de 1970 e 1980 se tornou um ícone do movimento feminista.

Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderón nasceu em 6 de julho de 1907 na aldeia de Coyoacán, que hoje faz parte do centro histórico da Cidade do México, a capital do México.

Seu pai era alemão com raízes húngaras e sua mãe era espanhola com ascendência dos indígenas da região. Mais tarde, durante sua trajetória artística, Frida Kahlo explorou sua identidade e a descreveu como resultado de duas forças opostas: sua parte europeia, colonizadora, e sua parte indígena.

Sua vida foi, de fato, um drama, como veremos a seguir.

Leia mais: 5 maiores e menores países do mundo: qual a posição do seu?

A doença infantil e os primeiros anos

Frida foi afetada pela poliomielite quando era criança, o que deixou uma leve deficiência em uma de suas pernas. Ela se sentia mais próxima de seu pai, que era fotógrafo profissional, e frequentemente o ajudava no estúdio, onde desenvolveu seu olhar aguçado para os detalhes.

O relacionamento que marcou sua vida

A artista mexicana é conhecida tanto por seu trabalho, como pelo seu conturbado relacionamento com um dos maiores pintores do século 20, seu compatriota Diego Rivera.

A história deles começou em 1922, quando Frida ingressou na Escola Preparatória Nacional da Cidade do México, com o objetivo de estudar medicina. Lá, ela conheceu pela primeira vez o renomado pintor, que estava criando um grande mural no auditório da escola.

O grave acidente e suas consequências

Em 1925, a vida de Frida deu uma reviravolta quando ela foi atropelada por um bonde. Ela sofreu ferimentos graves e precisou passar por pelo menos 30 cirurgias nos anos seguintes. Durante sua longa recuperação, aprendeu a pintar e começou a estudar os grandes mestres da pintura.

Em um de seus primeiros quadros, “Autorretrato com Vestido de Veludo” (1926), Frida pintou um retrato de si mesma sobre um fundo escuro com ondas rotacionadas. Embora sua pintura fosse bastante abstrata, sua presença como modelo na tela mostrava seu interesse pelo realismo.

Após sua recuperação, ela se juntou ao Partido Comunista Mexicano (PCM), onde reencontrou Rivera. Ela lhe mostrou alguns de seus quadros e ele a incentivou a continuar com sua pintura.

Leia mais: Quanto dinheiro é arrecadado na Fontana di Trevi? Veja o valor astronômico

O casamento com Rivera e a viagem aos EUA

Frida Kahlo: por que ela virou um símbolo para todas as mulheres?
Frida e Riviera. Foto: Flickr.

Após se casar com Rivera em 1929, Frida mudou seu estilo pessoal e artístico. Começou a usar o traje tradicional dos indígenas Tehuanos, que se tornou sua marca registrada: um lenço de flores na cabeça, blusa solta, joias douradas e uma saia longa e plissada.

Sua pintura também se transformou, com um crescente interesse pela arte popular mexicana. Sua arte se tornou mais plana e abstrata em comparação com seu estilo anterior.

De 1930 a 1933, o casal viveu nos EUA, onde Rivera recebeu encomendas para pintar murais em várias cidades. Durante sua estadia, Frida teve duas gravidezes difíceis, que resultaram em abortos espontâneos.

Após um aborto em Detroit e a morte de sua mãe, Frida pintou algumas de suas obras mais dolorosas. Em “Hospital Henry Ford” (1932), ela retratou uma mulher grávida sangrando em uma cama de hospital, com um cenário árido ao fundo, e no quadro “A Minha Nascimento” (1932), ela pintou uma cena de parto.

Leia mais: Drew Barrymore revela por que não faz cirurgias plásticas e surpreende

Primeiras exposições individuais em Nova York e Paris

Em 1933, Frida e Rivera retornaram ao México, onde se estabeleceram em uma nova casa, composta por várias seções separadas conectadas por uma ponte.

A casa tornou-se um local de encontro para artistas e ativistas políticos, e o casal hospedou, entre outros, León Trotsky (líder da Revolução Russa) e André Breton, o “papa do surrealismo”, que defendeu o trabalho de Frida.

Breton escreveu o texto introdutório para o programa da primeira exposição individual de Frida, descrevendo-a como uma autodidata surrealista. A exposição foi realizada na galeria “Julien Levy” em Nova York, em 1938, com grande sucesso.

No ano seguinte, Frida viajou para Paris para apresentar seu trabalho. Lá, ela conheceu muitos surrealistas, incluindo Marcel Duchamp, o único surrealista que ela admirava.

O Museu do Louvre comprou sua pintura conhecida como “O Quadro” (1938), o que demonstrou que seu trabalho estava começando a ser reconhecido na Europa. Foi a primeira pintura de um artista mexicano do século 20 a ser adquirida pelo famoso museu.

O divórcio e a reconciliação com Rivera

Frida Kahlo: por que ela virou um símbolo para todas as mulheres?
As duas Fridas.

Os casos extraconjugais de ambos — incluindo o relacionamento de Rivera com a irmã mais nova de Frida e o de Frida com homens e mulheres — minaram o casamento, e o casal se divorciou em 1939.

No mesmo ano, Frida pintou algumas de suas obras mais famosas, incluindo “As Duas Fridas”. A tela incomumente grande (1,74 × 1,73 m) retrata duas figuras femininas, uma das quais segura a mão da outra.

Cada uma das figuras representa um lado de seu caráter. A figura à esquerda, vestida com um vestido de noiva europeu, representa a parte que Rivera rejeitava, e a figura à direita, vestida com trajes tradicionais, representa a parte que ele amava. Da parte indígena de Frida, uma artéria se estende para um retrato pequeno de Rivera que ela segura em sua mão esquerda.

Outra artéria se conecta ao coração da figura europeia à esquerda. A figura está completamente exposta, revelando sua anatomia. Na ponta da artéria, ela está cortada, e a mulher (a Frida europeia) segura um instrumento cirúrgico, tentando estancar o sangue que cai sobre seu vestido branco.

Frida e Rivera rapidamente se reconciliaram, e em 1940 mudaram-se para a casa de Frida, conhecida até hoje como “A Casa Azul” (Casa Azul), em Coyoacán. Em 1943, Frida foi nomeada professora de pintura na Escola de Belas Artes “La Esmeralda”. No entanto, sua saúde continuou a piorar, e ela buscava alívio no álcool e nas drogas.

Apesar disso, ela continuou a ser produtiva durante a década de 1940, criando inúmeros autorretratos com diferentes penteados, roupas e iconografia, sempre mostrando a si mesma com um olhar impassível e decidido, pelo qual se tornou famosa.

O declínio de sua saúde, sua morte e fama póstuma

Frida Kahlo passou por várias cirurgias no final da década de 1940 e no início dos anos 1950, frequentemente ficando longos períodos no hospital.

Nesse período, ela enfrentou sérios problemas de mobilidade, como é retratado no quadro “Autorretrato com o Retrato do Dr. Farill” (1951), onde ela aparece sentada em uma cadeira de rodas.

Sua primeira exposição individual na Cidade do México, em 1953, a encontrou gravemente doente na cama de um hospital. Ela faleceria um ano depois, em 13 de julho de 1954, na “Casa Azul”.

Após sua morte, a “Casa Azul” foi transformada em um museu dedicado à sua vida e obra, por iniciativa de Diego Rivera. Em 1995, seu diário, cobrindo os anos de 1944-1954, e suas cartas foram publicados.

Embora Frida Kahlo tenha sido uma artista de sucesso durante sua vida, sua fama póstuma cresceu constantemente a partir da década de 1970 e atingiu o que alguns críticos chamam de “Fridamania” no século 21. Não é raro ver seus quadros em casas, cafeterias e bares.

Reconhecimento mundial hoje

Desde a década de 1990, a popularidade de Kahlo disparou e sua imagem se tornou um símbolo da revolução artística e social. Sua crescente reconhecimento internacional foi impulsionado pelas exposições em museus, pelos livros escritos sobre sua vida e obra, além do filme “Frida” (2002), com a famosa atriz Salma Hayek no papel principal.

Devido à sua personalidade forte, à representação do corpo feminino e de seus sentimentos, e à sua capacidade de capturar a experiência da mulher em uma sociedade patriarcal, Frida Kahlo continua a influenciar mulheres em todo o mundo até hoje.

Compartilhe:

Equipe de redatores Mundo Igual

Somos uma equipe dedicada de redatores comprometidos em trazer informações confiáveis e atualizadas sobre o Brasil e do mundo. Com conteúdos que inspiram, informam e ajudam também no seu crescimento pessoal, exploramos temas como cultura, curiosidades, dicas práticas e notícias relevantes, autoajuda e outros relacionados. Nosso objetivo é conectar você ao conhecimento de forma clara e acessível, impactando e melhorando a sua vida e o seu dia a dia.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *