Por que músicas de espera nos deixam tão irritados? Estudo revela

Por que músicas de espera nos deixam tão irritados?
Descubra o motivo dessas músicas nos irritarem tanto.

Esperar já não é uma situação agradável. Seja por telefone, em filas ou salas de espera, ninguém gosta da sensação de estar parado, sem saber quanto tempo vai demorar. E, quando essa espera é acompanhada por uma música repetitiva, tudo parece ainda pior.

Você liga para um serviço e, em vez de ser atendido, cai numa fila com uma melodia que se repete sem parar. A intenção até pode ser boa, distrair ou acalmar, mas o efeito geralmente é o contrário. A música de espera se torna um lembrete constante de que você está perdendo tempo.

Por que essas músicas incomodam tanto?

A resposta está mais nas emoções do que no som em si. Quando alguém é colocado em espera, perde o controle da situação. Isso por si só já causa frustração. A música, que toca sem que a pessoa tenha escolha, passa a ser um marcador do tempo que está sendo desperdiçado.

Como explica Leigh VanHandel, especialista em cognição musical da Universidade da Colúmbia Britânica, o problema é que a música de espera faz o tempo parecer ainda mais lento. Ela reforça a ideia de que nada está acontecendo. Isso aumenta a sensação de ansiedade, impaciência e irritação.

Repetição e fadiga sonora

Outro ponto é a repetição. Muitas vezes, ouvimos o mesmo trecho musical dezenas de vezes. Nosso cérebro, que gosta de estímulos variados, se cansa rapidamente dessa repetição forçada. Isso é conhecido como “fadiga musical”.

A experiência piora quando a música é de má qualidade — comum em ligações telefônicas com som abafado, metálico ou distorcido. Nesses casos, o sistema auditivo precisa se esforçar mais para interpretar o som, o que deixa a mente ainda mais cansada.

Música sem alma e sem conexão

Boa parte das músicas de espera é genérica. São faixas criadas para “não incomodar”, mas acabam sendo tão neutras que se tornam incômodas. Em geral, são músicas instrumentais simples, como jazz suave ou “easy listening”, que não geram conexão com quem ouve.

Além disso, as empresas costumam escolher essas músicas com base em dois critérios: baixo custo e pouco risco de desagradar. Como os direitos autorais de músicas populares podem ser caros, muitas empresas optam por trilhas criadas sob encomenda, feitas por pequenas produtoras — que nem sempre entregam algo de boa qualidade.

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A origem das músicas de espera

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Mas, de onde surgiram essas músicas de espera?

Esse tipo de música surgiu nos anos 1960. Um empresário chamado Alfred Levy percebeu que o silêncio total nas ligações deixava os clientes inseguros. Eles não sabiam se ainda estavam conectados. Então, ele criou um sistema que tocava músicas enquanto o cliente esperava ser atendido. A ideia foi patenteada em 1962.

Com o tempo, as empresas passaram a usar esse espaço também para mensagens de marketing ou informações sobre serviços. Mas a música permaneceu como parte da experiência, mesmo que, em muitos casos, sem trazer conforto algum.

Quanto maior a espera, maior a irritação

Outro fator que intensifica o incômodo é o tempo. Esperar cinco minutos já é ruim. Esperar vinte, ouvindo a mesma música, beira o insuportável. E se a empresa não dá nenhuma previsão de tempo ou retorno, a sensação de frustração só cresce.

Como melhorar essa experiência?

Algumas empresas já entenderam que a música de espera pode influenciar diretamente na imagem que o cliente tem da marca. Por isso, começaram a adotar estratégias para tornar esse momento menos desagradável.

Entre as soluções estão:

  • Oferecer diferentes estilos de música para o cliente escolher.
  • Usar faixas mais longas e variadas para evitar a repetição.
  • Melhorar a qualidade do som.
  • Substituir músicas por conteúdos úteis ou mensagens personalizadas.

Essas mudanças simples podem transformar um momento de espera em algo menos frustrante, e até um pouco mais agradável.

A música de espera, quando mal escolhida ou mal executada, se torna mais um motivo de estresse em uma situação que já é naturalmente desconfortável. O que poderia ser uma pausa suave vira um gatilho para a impaciência.

Mas entender o porquê dessa irritação é o primeiro passo para mudar. Tanto como consumidor ou como empresa, pequenas atitudes podem melhorar muito a forma como lidamos com o tempo de espera.

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