Todos os dias, milhares de crianças e adolescentes vão para a escola com o coração pesado. Não por causa de um teste ou de dever de casa, mas porque têm medo de quem vão encontrar no corredor, do que vai ser dito no intervalo, de quem vai olhar para eles com ironia ou os empurrar “por engano”, ou pior ainda, de quem os vai humilhar em frente a todos os colegas.
O bullying não tem um rosto específico. Pode ser uma palavra, um olhar, uma mensagem no celular. Pode acontecer abertamente ou se esconder por trás de supostas “brincadeiras”. Mas o resultado é sempre o mesmo: alguém é ferido muito profundamente.
E infelizmente nem sempre é visível. Pode estar sorrindo. Dizer “não aconteceu nada”. Mas na realidade, por dentro, está desmoronando.
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Os agressores que são vítimas…
É triste como uma criança chega ao ponto de causar dor, seja física ou psicológica, a outra criança indefesa. Basta refletirmos, porém, que ela também já foi vítima!
Sim, como mostram pesquisas repetidamente, a “criança má”, o agressor, geralmente vem de uma família onde a violência existe em pelo menos uma de suas formas: física, verbal ou até emocional. Claro, há exceções, mas as pesquisas existem para nos mostrar a dura verdade.
De acordo com essas pesquisas, a maioria das crianças que praticam bullying cresceu em um ambiente tóxico, onde os membros da família reproduzem o que aconteceu ou ainda acontece com eles, ou os modos de comportamento que aprendem.
Vale a pena, portanto, mencionar as características do agressor, para que no futuro os pais protejam seus filhos. Porque não há dúvida de que um agressor de bullying tem enormes chances de fracasso na vida.
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As características daqueles que praticam bullying

Escolhe fazer amizade com outras crianças agressivas
O bullying é frequentemente uma atividade em grupo, com intensa competição. Se seu filho escolher fazer amizade com crianças agressivas que tentam constantemente levar a melhor (à custa de outras crianças), acredita que o comportamento agressivo é a maneira apropriada de resolver diferenças e conflitos, então há uma séria probabilidade de se envolver em comportamentos de intimidação semelhantes.
Passa muito tempo online, mas é reservado quando você pergunta
A internet é uma força significativa no mundo, e as crianças, independentemente da personalidade, se comunicam com seus amigos e colegas online. Mas se a criança passa muito tempo online e não dá detalhes quando solicitada, então é provável que esteja participando da atividade de cyberbullying, que cresce rapidamente.
Geralmente, essas crianças desenvolvem comportamento agressivo em relação a outras pessoas e animais, voltam para casa com objetos ou dinheiro extras cuja origem não conseguem justificar.
Quando confrontado com exemplos de bullying, não se identifica com as vítimas
Aqueles que praticam bullying geralmente não entendem seus alvos, pois estão convencidos de que as crianças intimidadas “merecem” seu ridículo. Se a criança não consegue se solidarizar com as vítimas de bullying (mesmo em um sentido hipotético), então talvez se relacione com aqueles que intimidam.
É irritável e se frustra facilmente
As crianças que se envolvem em bullying geralmente têm temperamentos explosivos e pouca paciência. Uma criança que se irrita até com a menor provocação pode canalizar essa agressividade para o bullying. Frustra-se facilmente e reage intensamente, fica com raiva facilmente e tem dificuldade em lidar com as frustrações. Envolve-se em brigas, muitas vezes as inicia, mas culpa os outros por elas.
Já foi vítima de bullying
Às vezes, as vítimas de bullying acreditam que recuperarão seu poder praticando o bullying. É um ciclo vicioso, mas infelizmente comum. Se seu filho é vítima de bullying, inicie conversas sobre o assunto, explicando que a retaliação não é a resposta.
Então, aconteça o que acontecer, precisamos ter em mente que o agressor é apenas uma criança que ou também está crescendo em um ambiente semelhante ao que cria ao seu redor ou está enfrentando problemas.
A ajuda de que precisa, portanto, é que fiquemos ao seu lado, ouçamos o que tem a dizer e vejamos o que esconde sob a máscara de duro e forte, para que possamos tocar suas cordas sensíveis para que ele também se liberte.
É necessário um manejo adequado (conversa) e não punição, pois a violência gera mais violência, com a única diferença de que agora nós nos tornamos os agressores e ele entra no papel de vítima!
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Como o bullying pode ser enfrentado?
Se você é vítima, fale. A culpa não é sua. Você não está sozinho. Existem pessoas que se importam, como seus amigos, pais e professores.
Se você é testemunha, não fique em silêncio. O silêncio é cumplicidade. Uma palavra pode mudar tudo. Um “Chega” basta.
Se você é um agressor… repense. Pergunte a si mesmo: por que você machuca alguém que não lhe fez nada? O que você está tentando provar?
Não há nada de “legal” em fazer alguém se sentir pequeno. A verdadeira coragem é apoiar, não destruir os fracos. Que possamos construir juntos um mundo igual, onde o respeito e a empatia prevaleçam sobre o medo e a agressão.